quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Aborto – Crime e Conseqüências

FERNANDO A. MOREIRA

"O maior destruidor da paz no Mundo hoje, é o aborto. Ninguém tem o direito de tirar a vida; nem a mãe, nem o pai, nem a conferência, ou o Governo." Madre Tereza de Calcutá (Mensagem à Conferência na ONU).

O termo aborto que, cientificamente, indica o produto do abortamento, foi popularmente usado como sinônimo deste, confundindo-se, assim, a ação com o resultado dela, o ato de abortar com seu cadáver, o aborto. Apesar da ressalva, usa-remos indistintamente neste trabalho, dado a consagração do termo, uma ou outra denominação com a mesma finalidade.

Assim, aborto ou abortamento seria a expulsão do concepto, antes da sua viabilidade, esteja ele representado pelo ovo, pelo embrião ou pelo feto; a expulsão do feto viável, antes de alcançado o termo, denomina-se parto prematuro. É, pois, a interrupção da gravidez antes da prematuriedade – abortamento; durante – parto prematuro; completada – parto a termo; ultrapassada – parto serotino.

Pode ser o aborto, sob o ponto de vista médico, espontâneo ou provocado, e a diferença está na intenção, pois que este último é devido à interferência intencional da gestante, do médico ou de qualquer outra pessoa, visando ao extermínio do concepto. Neste trabalho, por motivos óbvios, só nos referiremos ao aborto provocado.

Incidência

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), feitos por estimativa e, antes de serem publicados, já foram divulgados pela Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos ("Dossiê Aborto Inseguro") através do jornal O Globo, é na América do Sul onde ocorre o maior número de abortos clandestinos no mundo, vindo em segundo a América Central e, em terceiro, a África. O Brasil é o campeão mundial, pois aqui são consumados 1,4 milhão de abortos clandestinos por ano, mais do que todos os outros países da América do Sul reunidos. Meninas e jovens de até 19 anos fazem 48% das interrupções legais da gravidez, segundo a nossa rede pública. Dados do Fundo das Nações Unidas para a População (FUNUAP) mostram que em conseqüência de complicações deles, morrem por ano nos países da América Latina (inclusive no Brasil) seis mil mulheres, consistindo na terceira causa de morte materna, depois das hemorragias e da hipertensão. Relatório do Instituto Allan Gutmacher (Folha de S. Paulo: 14-3-99) mostra que a maior incidência por percentagem de abortos (36%) acontece nos países desenvolvidos, graças à permissão da lei, sendo deles também a maior taxa de gravidez não planejada (49%), mas englobam apenas 28 milhões de mulheres grávidas por ano. Os países subdesenvolvidos apresentam planejamento melhor (36% dos nascimentos não são previstos) e menos abortos (20%), entretanto representam 182 milhões de grávidas. No Brasil, segundo o mesmo Instituto, a cada 1.000 adolescentes grávidas, 32 recorrem ao aborto. Somente a República Dominicana (onde também é proibido)

e EUA (onde é legalizado), têm taxas maiores: 36.

Conclui ainda o relatório que nos EUA, como é crescente o número de mulheres que praticam o aborto, existe uma preocupação do Congresso, que prevê crescimento populacional negativo na próxima década, falta de mão-de-obra e colapso de sistema previdenciário em vinte anos. Outro dado importante é que 63% das mulheres norte-americanas chegam aos 18 anos já tendo praticado sexo. Só na Dinamarca (72%) e na Islândia (71%) o percentual é maior. O próprio Instituto reconhece que parte das mulheres só fazem sexo por saberem que não terão filhos (seja porque usam métodos contraceptivos, seja pela prática do aborto). Equivale dizer que, naqueles países onde o aborto foi legalizado, ganhando o nome, dado por eles, de "aborto seguro", o número de abortamentos vem aumentando assustadoramente e não menos assustadora foi a diminuição do número de gravidezes programadas, denotando ambos, o aumento da "irresponsabilidade segura".

AS CONSEQÜÊNCIAS

O aborto é um crime hediondo que produz uma série de conseqüências espirituais, perispirituais, físicas, psicológicas e legais.[3]

  • Conseqüências espirituais e perispirituais: estão relacionadas ao crime, com repercussões para o criminoso e a vítima. PARA O CRIMINOSO: Em trabalho publicado na Revista Internacional de Espiritismo [x], referimo-nos à programação genética reencarnatória [4], já que "não existindo o acaso, tudo na reencarnação acontece sob a égide de Deus, o Senhor da Vida. Sendo esta programada, os Espíritos Superiores atuariam como construtores ou geneticistas, no fluxo da vida, selecionando o óvulo e o espermatozóide que originarão o ovo; sempre que possível participa nesta seleção genética o Espírito reencarnante, sendo o grau de comando dos Espíritos Superiores inversamente proporcional ao estágio evolutivo do Espírito. Estabelecem-se, outrossim, fortíssimos compromissos entre os pais e o Espírito reencarnante e vice-versa. Colaboram os Espíritos simpáticos e tentam interferir negativamente os Espíritos inimigos, de acordo com as possibilidades das sintonias". O produto deste magnífico trabalho de coorporificação da espiritualidade é o ovo, que originará os 75 trilhões de células do corpo físico[3], indo servir de roupagem ao Espírito reencarnante, como veículo possuidor de todas as dimensões necessárias e suficientes, colocadas a seu serviço para executar sua proposta reencarnatória e conduzi-lo à evolução espiritual. O aborto não é uma solução, é um adiamento doloroso, uma porta aberta de entrada no crime e no mal, e um rompimento de compromissos estabelecidos pelo Espírito, ora delituoso, com Deus, com o reencarnante e em última análise consigo mesmo. Quem quer que venha praticar esse delito ou com ele colaborar predispõe-se a alterações significativas do centro genésico, em seu perispírito, com conseqüências atuais e posteriores, na esfera patológica de seus órgãos sexuais e também, por vezes, dos centros de força (chacras) coronário, cardíaco e esplênico com todas as repercussões pertinentes. Nós estamos preparando hoje a reencarnação de amanhã; um aborto provocado agora se refletirá no chacra genésico, e será mais além o aborto espontâneo, pois a paternidade e a maternidade não valorizados hoje, o serão com certeza amanhã, noutra encarnação, mas agora por um processo educativo, que passa pela dor e pelo sofrimento redentor. Em igual patamar, como conseqüência, estão a prenhez tubária, a placenta prévia, o descolamento prematuro de placenta, a esterilidade, a impotência, entre outras causas que atingem a esfera do aparelho reprodutor masculino e feminino. PARA A VÍTIMA: O único caso em que é aceito o aborto, pela Doutrina Espírita, é quando existe risco insuplantável para a vida da mãe [x] . Em todos os demais casos considera-se ser este compromisso inquebrantável, sob o ponto de vista moral e portanto consciencial espiritual, quer na prova dolorosa do estupro, quer nos fetos acárdicos e anencéfalos, ou qualquer argumento, como o direito de escolha da mulher e sua plasticidade, falta de recursos financeiros, etc. A luta entre o "devo mas não posso e o posso mas não devo" nada mais é do que "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm" (Paulo, I Coríntios, 6:12). A reação da vítima, o Espírito reencarnante, varia, de acordo com seu grau evolutivo, da decepção, quando aproveita a reencarnação malograda para sua purificação, à obsessão, e dadas as circunstâncias, é mais provável que reaja da segunda forma, sintonizando-se às vezes com verdadeiras falanges de Espíritos obsessores: "(...) ódio aos que se recusaram a recebê-los num novo berço e, quando não lhes infernizam a existência terrena, em longos processos obsessivos, aguardam, sequiosos de vingança, que façam o trespasse, para então tirarem a forra, castigando-os sem dó nem piedade." [5]

  • Conseqüências físicas - Conseqüências físicas imediatas: Consideremos aqui as de ocorrência médica, que acontecem nesta encarnação. Estima-se que a morte da gestante ocorra em 20% dos casos de abortamento provocado na clandestinidade e além disso descrevem-se: perfurações do útero com cureta, sondas, velas, etc.; anemia aguda, decorrente de hemorragias provocadas por estas últimas, por abortamento incompleto (restos ovulares) e demais traumatismos da vagina, do útero e das trompas; infecções, inclusive tétano, abscessos, septicemias, gangrenas gasosas; esterilidade secundária; lesões intestinais, complicações hepáticas e renais pelo uso de substâncias tóxicas."[2] Assim, o aborto, quando não determina a morte, pode imprimir marcas indeléveis no corpo físico e, como vimos, também no corpo perispiritual.

  • Conseqüências psicológicas - Não podemos fugir da nossa consciência, nem pretextar ignorância das Leis Morais pois elas estão aí impressas"[6] , e quando se pratica este tipo de crime, desperta-se o sentimento de culpa, o arrependimento e às vezes o remorso, a nos perseguir por toda vida física e extrafísica. O arrependimento é a ante-sala da reabilitação, e quando dinâmico, canalizado para ações construtivas, pode levar, via reforma íntima e trabalho regenerador, e não raro espelhado na adoção, a minimização de nossas faltas. O remorso é a lamentação interior inoperante, completamente estático, que como um ácido corrói o recipiente onde é guardado, provocando a viciação mental, a mente em desarmonia, que é porta aberta aos processos obsessivos."[x]

  • Conseqüências legais - Não nos estenderemos sobre o tema, lembrando que "nem tudo que é legal é moral e nem tudo que é moral é legalizado"[7] . O aborto é um crime, e se não é admissível que morram mulheres jovens, menos admissível ainda é que se assassinem covardemente os mais jovens ainda e mais indefesos, praticando-o. O assunto é tratado nos artigos 124 a 128 do Código Penal, determinando penas que vão de 1 a 10 anos.

Conclusão:

"O primeiro dos direitos naturais do homem é o direito de viver. O primeiro dever é defender e proteger o seu primeiro direito: a vida."[8]

O aborto é um crime nefando, porque praticado contra um inocente indefeso; o produto da concepção está vivo, e tem o direito Divino de continuar vivendo e de nascer. Transgride-se assim o 5o Mandamento: "Não Matarás".

Errar é humano; assumir o erro, é divino.

O Espiritismo não aceita a legalização do aborto, nem com ela compactua, porque legalizá-lo é legalizar o crime e a irresponsabilidade. O "aborto seguro" com que acenam, dizendo-se defensores da vida da mulher, mesmo se verdadeira, não passa de uma proposta para o crime, em que saem em desvantagem as vítimas, os inocentes e indefesos conceptos e aparentemente premiada a irresponsabilidade, excetuando-se desta os casos de estupro, no qual também não justificamos o delito, pois mesmo aí existe um compromisso cármico a ser cumprido.

"Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus:[9]

– Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?"

E quem praticou o aborto responderá:

– Eu matei meu próprio filho...

Quem assim dirá, embora reconhecendo a grave falta em que incorreu, não deve cultuar o remorso ou consumir-se no sentimento corroente da culpa, que levariam à estagnação, mas dinamizar-se e orientar sua energia no trabalho regenerador, agora sim, na defesa da vida, praticando a caridade, dedicando-se ao próximo e servindo com amor, que alcançariam sua plenitude na dádiva espelhada da adoção, na certeza de que com esses procedimentos encontrará a justiça indulgente e a misericórdia do Criador.

"Não é na culpa corrosiva nem no remorso paralisante, mas sim no arrependimento dinâmico que nos remete à ação e ao amor, afastando-nos do vale da dor e do sofrimento, que encontraremos o caminho da libertação."[10]


Referências Bibliográficas:

[1] FURLAN, Laércio. Respeito ao embrião e ao feto – Diga não ao Aborto. Mundo Espírita. jan. 98, p. 2.

[2] REZENDE, Jorge. Ed. Guanabara-Koogan, 1963, p. 667.

[3] MOTA JR., Eliseu Florentino. Aborto sob a luz do Espiritismo. Matão (SP): Casa Ed. O Clarim, 1995, p. 97 e 121.

[4] MOREIRA, Fernando Augusto. Reencarnação e Genética, Revista Internacional de Espi-ritismo, março 2000, p. 6.

[5] CALLIGARIS, Rodolfo. As Leis Morais. 8. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1991, p. 77.

[6] KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, 80. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1987, perg. 358, 359 e 621.

[7] CARVALHO, Alamar Régis. O Aborto e suas conseqüências, SEDA – Salvador, (BA): 31-7-99)

[8] KARDEC, Allan. Revista Espírita. Aborto; direito ou crime?; extraído do site www.cvdee.org.br , em 24-11-99.

[9] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, 116. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1987, p. 240.

[10] GANDRES, Doris Madeira. Tesouro maior, Revista Internacional do Espiritismo, jan 1999, p. 220.

[1]1 XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito André Luiz. Missionários da Luz. 34. ed., Rio de Janeiro: FEB, 2000, p. 187 a 189 e 208.

[12] KÜHL, Eurípides. Genética e Espiritismo, Rio de Janeiro: FEB, 2. ed., 1996, p. 40.

[13] MIRANDA, Hermínio C. Nossos Filhos são Espíritos. Publ. Lachâtre, 1995, p. 47.

[14] SOARES, José Luis. Biologia. Ed. Scipione, 1997, p. 195.

[15] DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor, 23. ed. FEB, 2000, p. 193.

[16] ROCHA, Alberto de Souza. Além da matéria densa. Ed. Correio Fraterno, 1997, p. 153. Reencarnação em foco. Casa Editora O Clarim, 1991, p. 105.

[17] LIMA, Inaldo Lacerda. Reformador, jun. 1987, p. 169.

[18] SANTA MARIA, José Serpa de. Direito de Viver. Reformador, jun. 1992, p. 168.

* As referências assinaladas com [x] correspondem às de números [1]1 a [18], pertencentes ao artigo Reencarnação e Genética (ver referência 1), em que se baseou o texto deste artigo.

Revista REFORMADOR Julho de 2001

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. Minissérie da Globo com temática espírita


Mais uma produção com temática espírita chegará às telas de TV de todo o Brasil. Após o sucesso da novela “Escrito nas Estrelas”, de Elizabeth Jhin, a Rede Globo produzirá “A Cura”, de João Emanuel Carneiro. Com data de início ainda não divulgada, a minissérie será protagonizada por Selton Mello. Na produção, o ator dará vida a um médico “que se utiliza de poderes espirituais para ajudar na cura de seus pacientes”.
“A Cura” terá suas gravações iniciadas na segunda quinzena deste mês, em Diamantina (MG). A minissérie trará atores como Nívea Maria, Juca de Oliveira, Ana Rosa, Caco Ciocler, Ary Fontoura e Carmo Dalla Vecchia no elenco dirigido por Ricardo Waddington.

CINCO LEMBRETES ANTI-SUICÍDIO

1. A vida não acaba com a morte.
A morte não significa o fim da vida, mas somente uma passagem para uma outra vida: a espiritual.

2. Os problemas não acabam com a morte.
Eles são provas ou expiações, que nos possibilitam a evolução espiritual, quando os enfrentamos com coragem e serenidade. Quem acredita estar escapando dos problemas pela porta do suicídio está somente adiando a situação.

3. O sofrimento não acaba com a morte.
O suicídio só faz aumentar o sofrimento. Os espíritos de suicidas que puderam se comunicar conosco descrevem as dores terríveis que tiveram de sofrer, ao adentrar o Mundo Espiritual, devido ao rompimento abrupto dos liames entre o Espírito e o corpo. Para alguns suicidas o desligamento é tão difícil, que eles chegam a sentir seu corpo se decompondo. Além disso, há o remorso por ter transgredido gravemente a lei de Deus, perante a qual suicidar-se equivale a cometer um assassinato.

4. A morte não apaga nossas falhas.
A responsabilidade pelas faltas cometidas é inevitável e intransferível. Elas permanecem em nossa consciência até que a reparemos.

5. A Doutrina Espírita propicia esperança e consolação quando oferece a certeza da continuidade infinita da vida, que é tanto mais feliz quanto melhor suportamos as provas do presente.

livro: Palavras Simples, Verdades Profundas.
Rita Folker - EME Editora

MUITOS ESPÍRITAS ESTÃO DESENCARNANDO MAL

Jorge Hessen

A culpa e os pesares da consciência são maiores quanto melhor o homem sabe o que faz. Kardec conclui primorosamente este ensinamento, afirmando que "a responsabilidade é proporcional aos meios de que ele [o homem] dispõe para compreender o bem e o mal. Assim, mais culpado é, aos olhos de Deus, o homem instruído que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos" (1)
Há uma frase atribuída a Chico Xavier que diz o seguinte: "os espíritas estão morrendo mal". De fato: "Muitos espíritas estão desencarnando em situações deploráveis, recebendo socorro em sanatórios no Plano Maior da Vida em virtude das péssimas condições morais e psíquicas em que se encontram." (2) No livro Vozes do Grande Além, Sayão, um pioneiro do Espiritismo no Brasil, afirma que "nas vastidões obscuras das esferas inferiores, choram os soldados que perderam inadvertidamente a oportunidade da vitória. São aqueles companheiros nossos que transitaram no luminoso carreiro da Doutrina, exigindo baixasse o Céu até eles, sem coragem para o sacrifício de se elevarem até o Céu. Permutando valores eternos pelo prato de lentilhas da facilidade humana, precipitaram-se no velho rochedo da desilusão." (3)
Aos espíritas sinceros e/ou simpatizantes do Espiritismo precisamos alertar: "Ninguém tem o direito de acender uma candeia e ocultá-la sob o alqueire, quando há o predomínio de sombras solicitando claridade". (4) Muitos espíritas que, presunçosamente, se autoavaliam equilibrados estão desencarnando muito mal. Nessas condições, estão os espíritas desonestos, adúlteros, mentirosos, ambiciosos, mercantilistas inescrupulosos das obras espíritas, os tirânicos dos Centros Espíritas, os que trabalham nas hostes espíritas só para auferirem vantagens pessoais, os supostos médiuns que ficam ricos com a venda de livros de baixíssimo nível doutrinário, etc., etc. Este último aspecto preocupa muito, pois, atualmente, existe uma enxurrada de publicações de livros "psicografados" que não passam de ficções de péssima qualidade. Livros com erros absurdos de gramática, assuntos empolados, idéias desconexas, oriundas dos subprodutos de mentes doentes, de médiuns e/ou supostos "espíritos", que visam tirar dinheiro dos neófitos com a venda de tais entulhos antidoutrinários, mas que enchem os olhos dos incautos pela imaginação fantasiosa.
Insistentes, esses aparentes "psicógrafos" ou despreparados "espíritos" estão construindo denso universo de sombras sobre o Projeto Kardeciano, confundindo pessoas inexperientes, que batem à nossa porta em busca de esclarecimento e consolação. Esses "médiuns" e/ou "espíritos inferiores" ocultam, sob o empolamento (enganação), o vazio de suas idéias esquisitas. Usam de uma linguagem pretensiosa, ridícula, obscura, forçando a barra para que pareça profunda.
Até quando? Eis a questão! O tempo urge.



FONTES:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, perg. 637
(2) Franco, Divaldo Pereira. Tormentos da Obsessão, ditado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, Bahia: Editora: Livraria Espírita Alvorada, 2006, 8ª edição
(3) Xavier, Francisco Cândido. Vozes do Grande Além, ditado por Espíritos diversos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2 ª edição, 1974
(4) Divaldo Pereira. Tormentos da Obsessão, ditado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, Bahia: Editora: Livraria Espírita Alvorada, 2006, 8ª edição



Leia mais: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2010/03/muitos-espiritas-estao-desencarnando.html#ixzz0oaUxEII6

Ritos e Doutrina Espírita

"(...) Será que vocês poderiam me explicar a enquadração de alguns ritos como: Nascimento, Morte, Casamento, Puberdade, Oração e Libertação na pratica da religião espírita.
Poderiam me ajudar?"
Marcos Inacio
A respeito da questão que você propôs, avanço aqui algumas considerações muito breves. Informações mais detalhadas você pode conseguir na literatura espírita especializada (que você pode consultar posteriormente).
De uma maneira bastante geral, o Espiritismo é uma doutrina filosófica de implicações científicas, religiosas e filosóficas (principalmente éticas). Não há, assim, dentro dele uma "enquadrarão de ritos" como você se refere abaixo.
Na verdade, o que o Espiritismo procura fazer é compreender a vida humana em seus múltiplos aspectos dentro de um ponto de vista espiritualista, isto é, aquele que prevê a sobrevivência do ser ao fenômeno da morte corporal e sua existência antes do ingresso nele, ou seja, do nascimento. O objetivo fundamental do Espiritismo (assim como o de qualquer doutrina do pensamento, ao menos em suas origens) é a felicidade do ser humano.
Assim, a doutrina espírita prevê que essa felicidade é conseguida na razão direta em que conhecemos as coisas importantes ao nosso redor, bem como soubermos aplicar esse conhecimento em favor de nós e de nossos semelhantes. As fases a que você se referem são, assim, simplesmente estágios da existência humana que devem ser compreendidos plenamente dentro de uma visão do mundo (o que inclui todo o Universo) e não "ritualizados".
O nascimento é o regresso da alma à vida corporal, regresso esse que não é único mas apenas um entre muitos já ocorridos e que estão para ocorrer.
A morte é o regresso dessa mesma alma à vida espiritual, fenômeno igualmente comum na vida maior do Espírito.
A puberdade é entendida dentro do conhecimento fisiológico atual, bem como uma fase de amadurecimento do ser recém encarnado e vivendo seus primeiros estágios de adaptação à difícil realidade do mundo.
O casamento de forma alguma constitui uma instituição dentro da prática espírita. Trata-se apenas da união, segundo as consciências de cada um, de dois seres que se reconheçam como devendo mútuas responsabilidades por se amarem. Essa união, também, de maneira alguma deve ser obrigatória já que a liberdade de consciência é um princípio fundamental, e ninguém deve tê-la violada em nome de qualquer outra idéia secundária.
A oração é uma prática saudável de relacionamento da criatura (que já dispõe de semelhante conhecimento para tal) com seu criador e com outros seres (os Espíritos), mais próximos, visando o equilíbrio do corpo espiritual que é fundamental para o equilíbrio e sucesso da vida do ser. Esse equilíbrio é conseguido não somente pela prece mas igualmente pelo ajuste das atividades do indivíduo segundo as práticas do bem.
Não existe nenhuma fórmula explícita para a oração, nem número ou extensão, mas tem como quesito fundamental que seja praticada com o coração acima de tudo. Isto quer dizer que o indivíduo deve estar consciente de suas responsabilidades perante as faltas que houver cometido contra os outros (se as tiver) antes de procurar qualquer ajuda divina.
Não existe, também, "troca de favores" entre os homens e os Espíritos ou Deus. Os que assim pensam agir estão mal informados a respeito da verdadeira relação que deve existir entre os homens, Deus e os espíritos.
Finalmente, para dizer alguma coisa sobre a "libertação" vou fazer uma interpretação pessoal dessa palavra. Libertar significa restituir a liberdade aquele que se lhe foi subtraída. Se tratamos aqui da liberdade do ser, esta se encontra em sua liberdade de ir e vir, pensar e agir. Essa liberdade implica em certas Responsabilidades, já que ela tem um limite traçado no lugar onde começa a liberdade alheia.
O ser (ou Espírito) adquire liberdade a medida que ele evolui. Coincidentemente, ele também adquire felicidade. A evolução espiritual da criatura é, assim, sinônimo desse ganho de liberdade. O Espiritismo prescreve que isso é conseguido tão só (como disse) pelo ajuste dos atos da criatura à regras do bem, da ética e da felicidade dos semelhantes.
Toda moral espírita resume-se, portanto, àquela prescrita por Jesus em seus evangelhos e que foram resumidas pela regra áurea de "não fazer aos outros aquilo que se não gostaria fosse feito a si mesmo" acrescida do "amar aos outros como assim mesmo". Por "outros" ou "próximos" o Espiritismo entende todas as criaturas que estão próximas, ou seja, em contato com o ser (e não aquelas que lhe são caras).
Como Jesus ainda tenha acrescentado o "assim como eu vos amei", a prática desse amor tem como modelo o próprio Jesus.
O ponto fundamental da regra áurea trazido por Jesus está na misericórdia que deve guiar os atos do indivíduo, princípio enunciado no "amar aos seus inimigos", de ainda muito difícil aceitação na atualidade. Finalmente o Espiritismo entende que essa "libertação" espiritual se estende a todos os indivíduos na Terra, não há condição para que eles pertençam a essa ou aquela denominação religiosa (nem mesmo ao próprio Espiritismo).

Ademir Luiz Xavier Junior

Atividades Comemorativas

As polêmicas envolvendo o Espiritismo

Wellington Balbo – Bauru - SP

Na última semana foram duas polêmicas envolvendo o Espiritismo. A primeira com os jogadores do Santos Futebol Clube que se recusaram a entrar em instituição espírita para distribuição de ovos de páscoa. Os atletas merecidamente foram criticados pela opinião pública. Sem querer fizeram o espiritismo entrar na mídia esportiva. Foram debates acalorados em diversos programas e até rasgados elogios do comentarista Neto, da TV Bandeirantes, ao nosso querido Chico Xavier.

Como pode perceber o caro leitor, o feitiço virou contra o feiticeiro. A segunda e mais recente polêmica refere-se a ingênua reportagem da revista SUPERINTERESSANTE tentando desmerecer a figura notável de Chico Xavier. Obviamente não obtiveram êxito. A vida de Chico é um hino à verdade. Sem contar que o médium mineiro é cidadão do mundo, amado pelas pessoas independentemente de religião. Prova disso é o sucesso do filme sobre a sua vida que vem lotando os cinemas do Brasil. Chico é muito maior que essas querelas. Constatamos que o editor e a jornalista da SUPERINTERESSANTE foram muito inocentes na elaboração da matéria. Não pesquisaram e expuseram-se ao ridículo.

Sempre digo aos alunos: Vai estudar, menino! Vai estudar pra não falar besteira! Os responsáveis pela revista falaram muita besteira.

Aconselho-os: Vão estudar, vão estudar pra não escrever besteiras!

Os espíritas naturalmente mostraram indignação diante de tamanhas abobrinhas. Richard Simonetti, um dos grandes pensadores espíritas da atualidade, tratou de jogar luz no assunto e elaborou esclarecedora carta ao editor da revista. A manifestação do escritor bauruense está “voando baixo” pela internet. Alamar Régis e outros espíritas também manifestaram a opinião de forma contundente contra a reportagem.

Excelente essas manifestações, pois vemos a Doutrina Espírita recebendo atenção. Certamente inúmeras pessoas irão ler sobre as polêmicas e buscar verificar quem está com a razão. Quem sabe surgirão mais estudiosos das leis da vida tão bem explicadas pela espiritualidade.

A propósito, lembro-me de um comentário de Kardec que consta na obra Viagem Espírita em 1862. Narra o codificador que um pregador aventurou-se na tribuna e sem piedade levantou vozes contra o espiritismo. Pregava entusiasmado: Espiritismo é coisa do demônio! Doutrina anticristã!

No entanto, a platéia que o escutava jamais ouvira falar de Doutrina Espírita. O desavisado pregador atiçou a curiosidade das pessoas presentes na platéia para conhecer o tal de Espiritismo. Conta Kardec que algum tempo depois naquele local nascia um grupo de estudos para conhecer a Doutrina Espírita que fora tão mal apresentada pelo orador.

As críticas infundadas e os absurdos que atualmente algumas pessoas cometem contra o Espiritismo irão alçá-lo cada vez mais ao patamar de destaque que merece, porquanto os críticos serão combatidos e surpreendidos em suas incoerências por estudiosos da doutrina codificada por Allan Kardec que, diga-se de passagem, jamais se calarão ante asneiras proferidas por palpiteiros de plantão.

Os atletas do Santos e jornalistas da SUPERINTERESSANTE obviamente não sabem que em sua ignorância, à semelhança daquele pregador desinformado, abriram mais janelas para a penetração das idéias que tentaram combater. Pela excelência de seus princípios o Espiritismo entrará por essas brechas abertas pelos desavisados, quer eles queiram ou não.

Fonte:www.garanhunsespirita.com.br

NOTA DE GARANHUNS ESPÍRITA: Reputamos de grande importância o artigo enviado por Sônia

A Propósito das Homenagens a Chico Xavier

por Cláudio Luciano

Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.” (01)

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (02)

Muito se tem falado e escrito sobre as homenagens pelo centenário do nascimento de Francisco Cândido Xavier: são artigos, palestras, filmes, eventos dos mais diversos e em diversas partes do nosso país, quiçá do planeta. Alguns defendem ardorosamente e outros a combatem como a uma praga.

Acho que o amigo leitor já deve ter percebido, pelas citações acima, a tendência que seguirá este modesto artigo: sou a favor!

Vemos todos os dias, a criatura humana homenagear pessoas, encarnadas ou desencarnadas, algumas notoriamente equivocadas em sua conduta. Vemos criminosos serem admirados por seus feitos, como se fossem heróis, Hobins Hoods modernos.

Lembro bem que, há alguns anos, propuseram a construção de uma estátua para Lampião, o Rei do Cangaço e foi a maior confusão, principalmente, porque um dos soldados que participou da morte de Lampião ainda estava vivo (se ainda está, não sei) e criticou duramente a idéia: homenagear um assassino!

Muito se tem dito que Chico “deve estar sofrendo com isso” — será mesmo? Alguém já recebeu mensagens dele, dele mesmo (03), destaco, afirmando isso? Todos nós sabemos que o Chico era e é muito humilde, mas isso não invalida a lembrança dos seus feitos. Muito pelo contrário, vem reforçar a necessidade de divulgá-los para todo o mundo.

Ora, é bastante curioso que vivemos reclamando que ninguém faz o bem, que só os maus conseguem vitórias. A mídia, principalmente, adora divulgar tudo o que não presta em nosso mundo e quando surge a oportunidade de divulgar a vida e a obra de alguém que fez e faz realmente a diferença, surgem críticas de todos os lados?

Terá Chico passado procuração para as pessoas falarem em nome dele dizendo que não queria homenagens?

Quando encarnado, ele recebeu várias homenagens e não foi grosso com ninguém. Soube ser humilde! O único cuidado que é preciso ter é com o endeusamento ao médium. Isso deve passar longe de nossas mentes. Se fosse católico, já teria sido canonizado como o segundo santo brasileiro, e como até os Espíritas têm essa mania de endeusar médiuns, é preciso muito cuidado.

Homenagear Chico é mostrar ao mundo que existem pessoas boas que fazem o Bem conforme os preceitos do Evangelho.

Homenagear Chico é mostrar ao mundo um corajoso e valoroso médium Espírita que o mundo conheceu; que soube caminhar por entre pedras e espinhos, entre pessoas de diversas classes, que não criticou a crença de ninguém e que, nem mesmo desencarnado, deixa de ser alvo de críticas e o pior, dos próprios Espíritas!

O único senão, com o qual concordamos, é o custo dos eventos: têm de ser barateados, caso contrário estaremos elitizando o Movimento Espírita. Não é preciso realizar congressos em locais caríssimos sob o pretexto de conforto. Eventos Espíritas tem de ser abertos ao público de todas as classes e ponto final.

Fizeram um filme sobre Chico? Que bom! Deveriam fazer uns dez ou mais! Ora, esta! Corremos ao cinema para assistir filmes de monstros, guerras, vampiros, paixões de Cristo e não podemos ter um filme Espírita, por conta da humildade de Chico? Todo ano, no mês de abril deveríamos comemorar o nascimento de Chico, para que ninguém esqueça da sua história.

Quem não se lembra quando Fernando Collor de Melo o visitou? Teve gente criticando o Chico por isso. Ainda mais essa! Quando artistas famosos o visitavam? Tinha gente falando mal do Chico.

Se Chico tivesse sido um criminoso famoso, já teria vários filmes, peças, livros e por ai vai.

Vamos sim, prestar homenagens ao Chico, um legítimo apóstolo de Jesus para que a luz dele brilhe, como determinou Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”

A humildade é um anjo mudo, afirma André Luiz e o Chico sempre foi mudo, sempre foi esse anjo!

Agora, será que deveríamos deixar em branco a lembrança de Chico somente porque ele é humilde de coração? Então vamos esquecer também de Kardec, chamado por Flamarion de “o bom senso encarnado” e não nos preocuparmos com a história do Espiritismo no Brasil e no mundo, até que um dia alguém pergunte: quem foi esse tal de Chico? Nunca ouvi falar! Vamos esquecer Bezerra, Yvonne Pereira e tantos outros legítimos seguidores do Cristo de Deus?

Ou será que preferimos os heróis que morreram de overdose?