|         Sem rituais,       as uniões espíritas priorizam o amor e as afinidades existentes entre o       casal.  Na Inglaterra da Idade Média,       a rainha Vitória nem poderia prever que seus atos repercutiriam tanto e       se tornariam uma tradição. O que teria feito Sua Majestade? tomou       atitude muito simples: decidiu se casar de véu - naquela época, os       soberanos jamais se cobriam para poder comprovar sua identidade -, com       flores no cabelo e um vestido branco. A cena parece familiar?  O casamento como       se conhece nos dias atuais, é muito mais antigo que a rainha Vitória.       Seu ritual iniciava na Roma Antiga, quando era possível encontrar       registros de que as mulheres se vestiam adequadamente para a ocasião. Porém,       a união de um casal, na visão espírita, vai  além de uma cerimônia,       com seus festejos e vestimentas.  Existe ritual de       casamento para a doutrina espírita? “Não”, diz o procurador do       Estado do Paraná, Joel Samways Neto. “De todas as descrições feitas       pelos espíritos sobre casamento, não há menção a ritual de casamento       espírita”.    Então, os espíritas       não casam? “Casam!  A diferença é       que não temos o ritual religioso. O casamento tradicional,       independentemente da religião é um ritual. E como não temos rituais, não       há uma cerimônia religiosa em um casamento entre espíritas”, afirma o       professor e coordenador de grupos de estudos espíritas Paulo Henrique       Wedderhoff. Na realidade, o que importa são as intenções pelas quais o       casal decidiu se unir. E aí, deve-se colocar em foco o que seria um princípio       básico do Espiritismo: o amor.  Fatores de união  A pedagoga Maria       Aparecida e seu marido, o advogado Everton Ribeiro, acreditam que muitos       fatores devem existir para a união de um casal, mas “todos eles pouco       valem se o casamento não estiver fundamentado na maior das leis, que é a       lei universal do amor, vivenciado na mais pura de suas definições”.       Para eles, quando há esse sentimento, as consequências são “no mínimo,       boas”.  Segundo Samways,       quando a pessoa encontra outra com quem se assemelha, ela se potencializa,       ou seja, se torna mais feliz, confiante e protegida. Casados há 33       anos, Maria Aparecida e Everton concordam: “a forma de se relacionar com       a sociedade mudou, a relação com os amigos mudou, a possibilidade da       paternidade estimulou e mudou a visão de uma nova trilha a ser       seguida”. Eles comentam que, entre outras coisas, também deve haver ética,       respeito e companheirismo.  Entretanto, há       uniões que se tornam instáveis. Em seu livre-arbítrio – que é outro       dos princípios básicos da Doutrina Espírita – , muitos casais optam       pela separação. E, apesar de a doutrina ser divorcista (“...é uma lei       humana que tem por objetivo separar legalmente o que, de fato, já está       separado. O divórcio não contraria a Lei de Deus, uma vez que apenas       corrige o que os homens fizeram...” Evangelho Segundo o Espiritismo),       Samways acredita que o cidadão que possui caráter, reflete duas vezes       antes de se divorciar e, até mesmo, antes de se comprometer.  Em mensagem       escrita na obra “Como um homem pode enfrentar uma crise”, o espírito       Leocádio José Correia diz que “A interação humana significa sempre       entendimento e nunca confronto”. Reflexão       atual Wedderhoff faz uma       reflexão a respeito das vidas conjugais nos dias de hoje. “Será que as       uniões que têm maior chance de sucesso não são aquelas em que o cônjuge       casa para fazer feliz a pessoa que ama? Quando os cônjuges pensarem       assim, será muito difícil a união se desfazer”.  Relacionamentos       conjugais são edificações que devemos realizar todos os dias. “Casar       é se comprometer com a felicidade de quem a gente ama”, diz o       professor.   E este pensamento é coerente com algumas observações       trazidas pelo espírito Leocádio José Correia; segundo ele, “casamento       é renúncia”, o que não significa peso ou desgaste quando se tem amor       pela outra pessoa.  De acordo com “O       Livro dos Espíritos”, o casamento é um dos instrumentos para a evolução       humana. “O casamento, ou a união permanente de dois seres, é contrária       à lei natural? É um progresso na marcha da humanidade” (Capítulo 4       – Lei da Reprodução). No Evangelho, também é enfatizada a idéia do       ser humano constituir uma família para o seu próprio progresso. Porém,       viver com outra pessoa não é uma obrigação; é uma escolha.  Em suas palestras,       o espírito Leocádio José Correia alerta que nenhuma pessoa é obrigada       a se casar. Ele cita ainda que muitos de nós escolhem “se casar” com       a Medicina, com a Educação, com a Ciência ou com os projetos sociais. São       caminhos diferentes, mas que igualmente proporcionam oportunidade       evolutiva ao espírito durante sua trajetória na Terra. União       comemorada O fato de a doutrina não       registrar os rituais de casamento não impede que os noivos comemorem sua       união. Paulo Wedderhoff cita um exemplo de comemoração simples e simbólica       a que compareceu. “Recentemente um casal de espíritas decidiu revelar       sua decisão de compartilhar a vida a dois. Num dia foram ao cartório e       no outro receberam alguns amigos e parentes para anunciar sua decisão e       dividir a alegria. O noivo e o pai da noiva quiseram manifestar o       sentimento de contentamento; um amigo do casal falou sobre o significado       do casamento para a Doutrina Espírita. Ao final, um belo beijo nos fez       testemunhas de um lindo momento”, conta.  “A simpatia que       atrai um espírito ao outro é o resultado da perfeita concordância de       suas tendências, de seus instintos; se um tivesse que completar o outro,       perderia a sua individualidade”, está escrito em O Livro dos Espíritos       – Capítulo 6, Vida Espírita. Nessa citação é possível       desmistificar o termo comumente conhecido como “alma gêmea”.  Samways lembra que       não existem espíritos iguais. O que ocorre com a maioria das pessoas é       a semelhança, as chamadas “afinidades”. Por isso, é possível ter       afinidades também com amigos e parentes. Na opinião do procurador, “nós       só convivemos bem com quem se parece conosco”.  A rainha Vitória,       personagem da História que iniciou a reportagem, causou repercussão em       sua época não só por ter introduzido hábitos, mas principalmente       porque foi uma das poucas soberanas que se casou por amor. Fato também       inusitado para a época, pediu a mão do seu primo, o príncipe Albert de       Saxe-Cobourg-Gotha, em casamento.  Fonte: http://www.serespirita.com.br/  | 




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