segunda-feira, 19 de abril de 2010

Revista Superinteressante sobre a reportagem "Chico Xavier - Uma investigação", publicada na edição 277 (abril/2010). Senhor Sérgio Gwercman

Diretor de redação da revista Super Interessante. Sou assinante dessa revista há muitos anos. Sempre a encarei como publicação séria, fonte de informações a oferecer subsídios para meu trabalho como escritor espírita, autor de 49 livros publicados. Essa concepção caiu por terra ao ler, na edição de abril, infeliz reportagem sobre Francisco Cândido Xavier, pretensiosa e tendenciosa, objetivando, nas entrelinhas, denegrir e desvalorizar o trabalho do grande médium. Isso pode ser constatado já na seção “Escuta”, com sua assinatura, em que V.S. pretende distinguir respeito de reverência, como se reverência não fosse o respeito profundo por alguém, em face de seus méritos. Podemos e devemos reverenciar Chico Xavier, não por adesão de uma fé cega, mas pela constatação racional, lúcida, lógica, de que estamos diante de uma personalidade ímpar, que fez mais pelo bem da Humanidade do que mil edições de Superinteressante, uma revista situada como defensora do bom jornalismo, mas que fez aqui o que de pior existe na mídia – a apreciação superficial e tendenciosa a respeito de alguém ou de uma notícia, com todo respeito, como pretende seu editorial, como se fosse possível conciliar o certo com o errado, o boato com a realidade, o achincalhe com o respeito. Para reflexão da repórter Gisela Blanco e redatores dessa revista que em momento algum aprofundaram o assunto e nem mesmo se deram ao trabalho de ler os principais livros psicografados pelo médium, sempre com abordagem superficial, pretendendo “explicar” o fenômeno Chico Xavier, aqui vão alguns aspectos para sua reflexão e – quem sabe? – um cuidado maior em futuras reportagens. De onde a repórter tirou essa bobagem de que “toda essa história começou com as cartas dos mortos?” Se as eliminarmos em nada se perderá a grandeza de Chico Xavier. A história começa bem antes disso, com a publicação, em 1932, do livro Parnaso de Além- Túmulo,quando o médium tinha apenas 22 anos. A reportagem diz: “Ele dizia que não escolhia os espíritos a quem atenderia, só via fantasmas e ouvia vozes. Mas parecia ser o escolhido por celebridades do céu. Cruz e Souza, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos e Castro Alves lhe ditaram versos e prosa.” Afirmativa maliciosa, sugerindo o pastiche, a técnica de copiar estilo literário. O repórter não se deu ao trabalho de observar que no próprio Parnaso há, nas edições atuais, 58 poetas desencarnados, menos conhecidos e até desconhecidos, como José Duro, Alfredo Nora, Alma Eros, Amadeu, B.Lopes, Batista Cepelos, Luiz Pistarini, Valado Rosa… Poetas do Brasil e de Portugal que se identificam pelo seu estilo, em poesias personalíssimas enriquecidas por valores de espiritualidade. Não sabe ou preferiu omitir a repórter que Chico psicografou poesias de centenas de poetas desencarnados, ao longo de seus 75 anos de apostolado, na maior parte poetas provincianos, conhecidos apenas nas cidades onde residiam no interior do Brasil. Pesquisadores constatam que esses poemas não são “razoavelmente fiéis ao estilo dos autores”. São totalmente fiéis. Não tem a mínima noção de que a técnica do pastiche, a imitação de estilo literário, é extremamente difícil, quase impossível. Pastichadores conseguem imitar uma página, uma poesia de alguém, jamais toda uma obra ou as obras de centenas de autores. Afirma que Chico foi autodidata e leitor voraz durante toda a vida, sempre insinuando o pastiche. Leitor voraz? Passava os dias lendo? Só quem não conhece sua biografia pode falar uma bobagem dessa natureza, já que Chico passava a maior parte de seu tempo atendendo pessoas, psicografando, participando de reuniões e atendendo à atividade profissional. Não conheço um único documentário, uma única foto mostrando Chico lendo “vorazmente”. Ah! Sim! Para a repórter Chico certamente escondia isso. Fala também que Chico teria 500 livros em sua biblioteca e que “a lista inclui volumes de autores cujo espírito o teria procurado para escrever suas obras póstumas, como Castro Alves e Humberto de Campos”. E as centenas de poetas e escritores que se manifestaram por seu intermédio. Chico tinha livros deles? E de poetas que sequer publicaram livros? Quanto a Humberto de Campos, cuja família tentou receber na justiça os direitos autorais pelas obras psicografadas por Chico, o que seria ótimo acontecer, o reconhecimento oficial da manifestação dos Espíritos, esqueceu-se a repórter de informar que Agripino Grieco, o mais famoso crítico literário de seu tempo, recebeu uma mensagem do escritor, de quem era amigo. Reconheceu que o estilo era autenticamente de Humberto de Campos, mas que o fato para ele não tinha explicação, já que, como católico praticante, não admitia a possibilidade de manifestação dos espíritos. Esqueceu ou ignora que Chico, médium psicógrafo mecânico, recebia duas mensagens simultaneamente, com ambas as mãos sendo usadas por dois espíritos. DesafioSuperinteressante a encontrar um prestidigitador capaz de fazer algo semelhante. Uma pérola de ignorância jornalística está na referência sobre materialização de Espíritos: “seria necessário produzir um total de energia duas vezes maior do que é hojeproduzido pela hidroelétrica de Itaipu por ano, segun do os cálculos feitos por especialistas exibidos por reportagens sobre Chico nos anos 70.” Seria superinteressante a repórter ler sobre as pesquisas de Alfred Russel Wallace, Oliver Joseph Lodge, Lord Rayleigh, William James, William Crookes, Ernesto Bozzano, Cesare Lombroso, Alexej Akzacof e muitos outroscientistas respeitáveis que estudaram o fenômeno da materialização e o admitiram. Leia, também, sobre quem eram esses cientistas, para constatar que não agiam levianamente como está na revista. A repórter reporta-se às reuniões mediúnicas das quais Chico participava como shows que o tornaram famoso e destila seu veneno. Cita o sobrinho de Chico que, dizendo-se médium, confessou que era tudo de sua cabeça, o mesmo acontecendo com o tio. Por que passar essa informação falsa, se o próprio sobrinho de Chico, notoriamente perturbado e alcoólatra, pediu desculpas pela sua mentira? Joga penas ao vento e espera que o leitor as recolha? Omitiu também a informação de que ele confessou que pessoas interessadas em denegrir o médium pagaram-lhe pela acusação. Eram frequentes nas reuniões a ocorrência de fenômenos como a aspersão de perfumes no ambiente, algo que, deveria saber a repórter, costuma ocorrer com os médiuns de efeitos físicos. No entanto, recusando-se a colher informações mais detalhadas sobre o assunto, limitou-se a dizer que em 1971 um repórter da revista Realidade, José Hamilton Ribeiro, denunciou que viu um dos assessores de Chico Xavier levantar o paletó discretamente e borrifar perfume no ar. Sugere que havia mistificação, aliás, uma tônica na reportagem. Por que não foram consultadas outras pessoas, inclusive centenas que tiveram seus lenços inexplicavelmente encharcados de perfume ou a água que levavam para magnetizar, a exalar também um olor suave e desconhecido que perdurava por muitos dias? Na questão das cartas, milhares e milhares de cartas de Espíritos que se comunicavam com os familiares, sugere a repórter que assessores de Chico conversavam com as pessoas, anotando informações para dar-lhes autenticidade. Lamentável mentira. E ainda que isso acontecesse, Chico precisaria ser um prodígio para ler rapidamente as informações e inserilas no contexto de cada mensagem, de cada espírito, mistificando sempre. E as mensagens dirigidas a pessoas ausentes? E os recados aos presentes? Não eram só mensagens. Eram incontáveis recados. A pessoa aproximava-se de Chico e ele, sem conhecer nada de sua vida, transmitia recados de familiares desencarnados, na condição de um ser interexistente, que vivia simultaneamente a vida física e a espiritual, em contato permanente com os Espíritos. Lembro o caso de um homem inconformado com a morte de um filho. Ia toda noite deitar-se na sepultura do rapaz, querendo “ficar com ele”. Não contava a ninguém, nem mesmo aos familiares. Em Uberaba recebeu mensagem do filho pedindo-lhe que não fizesse isso, porquanto ele não estava lá. Durante muitos anos Chico psicografou receituário mediúnico de homeopatia. Perto de 700 receitas numa noite. Ficava horas psicografando. E os medicamentos correspondiam à natureza do mal dos pacientes, sem que o médium deles tivesse o mínimo conhecimento. Na década de 70 tive uma uveíte no olho esquerdo. Compareci à reunião de receituário. Escrevi meu nome e idade numa folha de papel. Não conversei com ninguém. Após a reunião recebi a indicação de dois medicamentos. Tornando a Bauru, onde resido, verifiquei num livro de homeopatia que o dois medicamentos diziam respeito ao meu mal. Curaram-me. Concebesse a repórter que, como dizia Shakespeare, há mais coisas entre a Terra e o Céu do que concebe nossa vã sabedoria, e não se atreveria a escrever sobre assuntos que desconhece, com o atrevimento da ignorância. Outras “pérolas” da reportagem: Oferece “explicações” lamentáveis para o fenômeno Chico Xavier. Psicose, confundindo mediunidade com anormalidade. Epilepsia, descarga elétrica que “poderia causar alheamento, sensação de ausência, automatismo psicomotor”, segundo a opinião de um médico. Descreve algo inerente ao processo mediúnico, que não tem nada a ver com desajuste mental, ou imagina-se que o contato com o Espírito comunicante não imponha uma alteração nos circuitos cerebrais, até para que ocorra a manifestação? E porventura o médico consultado sabe de algum paciente que produza textos mediúnicos durante a crise epilética? Criptomnésia, memórias falsas, lembranças escondidas no subconsciente do médium, ao ouvir informações sobre o morto. Inconscientemente ele “arranjaria” essas informações para forjar a “manifestação”. Telepatia. Aqui o médium captaria informações da cabeça dos consulentes e as fantasiaria como manifestação do morto. Como dizia Carlos Imbassahy, grande escritor espírita, inconsciente velhaco, porquanto sempre sugere que é um morto quem se manifesta, não ele próprio. Informa a repórter que “acuado pelas críticas na Pedro Leopoldo de 15 mil habitantes, Chico resolveu fazer as malas e partir para Uberaba, um polo do Espiritismo onde contaria com um apoio de amigos”. Mentira. Ele deixou Pedro Leopoldo, onde tinha muitos amigos, não por estar “acuado”, mas simplesmente seguindo uma orientação do Mundo Espiritual, em face de tarefas que desenvolveria em Uberaba que, então sim, com sua presença transformou-se em “polo do Espiritismo”. Na famoso pinga-fogo a que Chico compareceu, em 1971, na TV Tupi, um marco na história das entrevistas televisivas, com uma quase totalidade de audiência, diz a repórter que Chico foi “bombardeado por perguntas. Mas se safou.” Bombardeado? Safou-se? O que foi essa entrevista, um libelo acusatório contra um mistificador? Se a repórter se desse ao trabalho de ver a entrevista toda, o que lhe faria muito bem, verificaria que o clima foi de cordialidade, de elevada espiritualidade, e que em nenhum momento os entrevistadores “bombardearam” Chico. E em nenhum momento ele deixou de responder as perguntas com a sobriedade e lisura de quem não está ali para safar-se, mas para ensinar algo de Espiritismo. Falando da indústria (?) Chico Xavier, há um box sobre “Dieta do Chico Xavier”, que jamais seria veiculada por Chico. Usaram seu nome. Por que incluí-la nas inverdades sobre o médium, simplesmente para denegrir sua imagem, aqui sugerindo que seria ingênuo a ponto de conceber semelhante bobagem? Se eu divulgar via internet que Superinteressanterecomenda o uso de cocô de galinha para deter a queda de cabelos, seria razoável que alguma revista concorrente citasse essa tolice, mencionando a suposta autoria, sem verificação prévia? Falando dos 200 livros biográficos sobre Chico Xavier, a repórter escreve: “Tem até um de piadas, Rindo e Refletindo com Chico Xavier”. Certamente não leu o livro, porquanto não conhece nem o autor, eu mesmo, Richard Simonetti, nem sabe que não se trata de um livro de piadas, mas um livro de reflexão em torno de ensinamentos bem-humorados do médium. Não fosse algo tão lamentável, tão séria essa agressão contra a figura respeitável e venerável de Chico Xavier, eu diria que essa reportagem, ela sim, senhor redator, foi uma piada de péssimo gosto! Doravante porei “de molho” as informações dessa revista, sem o crédito que lhe concedia. A repórter Gisela Branco esteve em Pedro Leopoldo e Uberaba com o propósito de situar Chico Xavier como figura mitológica. É uma pena! Não teve a sensibilidade nem o discernimento para descobrir o médium Chico Xavier, cuja contribuição em favor do progresso e bem estar dos homens foi tão marcante que, a exemplo do que disse Einstein sobre Mahatma Gandhi, “as gerações futuras terão dificuldade para conceber que um homem assim, em carne e osso, transitou pela Terra.” E deveria saber que não vemos Chico Xavier como um mártir, conforme sugere. Não morreu pelo Espiritismo. Viveu como espírita. E se algo se aproxima de um martírio em seu apostolado, certamente foi o de suportar tolices e aleivosidades como aquelas presentes na citada reportagem. Finalizando, um ditado Zen para reflexão dos redatores da Super: O dedo aponta a lua. O sábio olha a lua. O tolo olha o dedo. Richard Simonetti Bauru, 3 de abril de 2010.

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. Minissérie da Globo com temática espírita


Mais uma produção com temática espírita chegará às telas de TV de todo o Brasil. Após o sucesso da novela “Escrito nas Estrelas”, de Elizabeth Jhin, a Rede Globo produzirá “A Cura”, de João Emanuel Carneiro. Com data de início ainda não divulgada, a minissérie será protagonizada por Selton Mello. Na produção, o ator dará vida a um médico “que se utiliza de poderes espirituais para ajudar na cura de seus pacientes”.
“A Cura” terá suas gravações iniciadas na segunda quinzena deste mês, em Diamantina (MG). A minissérie trará atores como Nívea Maria, Juca de Oliveira, Ana Rosa, Caco Ciocler, Ary Fontoura e Carmo Dalla Vecchia no elenco dirigido por Ricardo Waddington.

CINCO LEMBRETES ANTI-SUICÍDIO

1. A vida não acaba com a morte.
A morte não significa o fim da vida, mas somente uma passagem para uma outra vida: a espiritual.

2. Os problemas não acabam com a morte.
Eles são provas ou expiações, que nos possibilitam a evolução espiritual, quando os enfrentamos com coragem e serenidade. Quem acredita estar escapando dos problemas pela porta do suicídio está somente adiando a situação.

3. O sofrimento não acaba com a morte.
O suicídio só faz aumentar o sofrimento. Os espíritos de suicidas que puderam se comunicar conosco descrevem as dores terríveis que tiveram de sofrer, ao adentrar o Mundo Espiritual, devido ao rompimento abrupto dos liames entre o Espírito e o corpo. Para alguns suicidas o desligamento é tão difícil, que eles chegam a sentir seu corpo se decompondo. Além disso, há o remorso por ter transgredido gravemente a lei de Deus, perante a qual suicidar-se equivale a cometer um assassinato.

4. A morte não apaga nossas falhas.
A responsabilidade pelas faltas cometidas é inevitável e intransferível. Elas permanecem em nossa consciência até que a reparemos.

5. A Doutrina Espírita propicia esperança e consolação quando oferece a certeza da continuidade infinita da vida, que é tanto mais feliz quanto melhor suportamos as provas do presente.

livro: Palavras Simples, Verdades Profundas.
Rita Folker - EME Editora

MUITOS ESPÍRITAS ESTÃO DESENCARNANDO MAL

Jorge Hessen

A culpa e os pesares da consciência são maiores quanto melhor o homem sabe o que faz. Kardec conclui primorosamente este ensinamento, afirmando que "a responsabilidade é proporcional aos meios de que ele [o homem] dispõe para compreender o bem e o mal. Assim, mais culpado é, aos olhos de Deus, o homem instruído que pratica uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos" (1)
Há uma frase atribuída a Chico Xavier que diz o seguinte: "os espíritas estão morrendo mal". De fato: "Muitos espíritas estão desencarnando em situações deploráveis, recebendo socorro em sanatórios no Plano Maior da Vida em virtude das péssimas condições morais e psíquicas em que se encontram." (2) No livro Vozes do Grande Além, Sayão, um pioneiro do Espiritismo no Brasil, afirma que "nas vastidões obscuras das esferas inferiores, choram os soldados que perderam inadvertidamente a oportunidade da vitória. São aqueles companheiros nossos que transitaram no luminoso carreiro da Doutrina, exigindo baixasse o Céu até eles, sem coragem para o sacrifício de se elevarem até o Céu. Permutando valores eternos pelo prato de lentilhas da facilidade humana, precipitaram-se no velho rochedo da desilusão." (3)
Aos espíritas sinceros e/ou simpatizantes do Espiritismo precisamos alertar: "Ninguém tem o direito de acender uma candeia e ocultá-la sob o alqueire, quando há o predomínio de sombras solicitando claridade". (4) Muitos espíritas que, presunçosamente, se autoavaliam equilibrados estão desencarnando muito mal. Nessas condições, estão os espíritas desonestos, adúlteros, mentirosos, ambiciosos, mercantilistas inescrupulosos das obras espíritas, os tirânicos dos Centros Espíritas, os que trabalham nas hostes espíritas só para auferirem vantagens pessoais, os supostos médiuns que ficam ricos com a venda de livros de baixíssimo nível doutrinário, etc., etc. Este último aspecto preocupa muito, pois, atualmente, existe uma enxurrada de publicações de livros "psicografados" que não passam de ficções de péssima qualidade. Livros com erros absurdos de gramática, assuntos empolados, idéias desconexas, oriundas dos subprodutos de mentes doentes, de médiuns e/ou supostos "espíritos", que visam tirar dinheiro dos neófitos com a venda de tais entulhos antidoutrinários, mas que enchem os olhos dos incautos pela imaginação fantasiosa.
Insistentes, esses aparentes "psicógrafos" ou despreparados "espíritos" estão construindo denso universo de sombras sobre o Projeto Kardeciano, confundindo pessoas inexperientes, que batem à nossa porta em busca de esclarecimento e consolação. Esses "médiuns" e/ou "espíritos inferiores" ocultam, sob o empolamento (enganação), o vazio de suas idéias esquisitas. Usam de uma linguagem pretensiosa, ridícula, obscura, forçando a barra para que pareça profunda.
Até quando? Eis a questão! O tempo urge.



FONTES:
(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, perg. 637
(2) Franco, Divaldo Pereira. Tormentos da Obsessão, ditado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, Bahia: Editora: Livraria Espírita Alvorada, 2006, 8ª edição
(3) Xavier, Francisco Cândido. Vozes do Grande Além, ditado por Espíritos diversos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2 ª edição, 1974
(4) Divaldo Pereira. Tormentos da Obsessão, ditado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, Bahia: Editora: Livraria Espírita Alvorada, 2006, 8ª edição



Leia mais: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2010/03/muitos-espiritas-estao-desencarnando.html#ixzz0oaUxEII6

Ritos e Doutrina Espírita

"(...) Será que vocês poderiam me explicar a enquadração de alguns ritos como: Nascimento, Morte, Casamento, Puberdade, Oração e Libertação na pratica da religião espírita.
Poderiam me ajudar?"
Marcos Inacio
A respeito da questão que você propôs, avanço aqui algumas considerações muito breves. Informações mais detalhadas você pode conseguir na literatura espírita especializada (que você pode consultar posteriormente).
De uma maneira bastante geral, o Espiritismo é uma doutrina filosófica de implicações científicas, religiosas e filosóficas (principalmente éticas). Não há, assim, dentro dele uma "enquadrarão de ritos" como você se refere abaixo.
Na verdade, o que o Espiritismo procura fazer é compreender a vida humana em seus múltiplos aspectos dentro de um ponto de vista espiritualista, isto é, aquele que prevê a sobrevivência do ser ao fenômeno da morte corporal e sua existência antes do ingresso nele, ou seja, do nascimento. O objetivo fundamental do Espiritismo (assim como o de qualquer doutrina do pensamento, ao menos em suas origens) é a felicidade do ser humano.
Assim, a doutrina espírita prevê que essa felicidade é conseguida na razão direta em que conhecemos as coisas importantes ao nosso redor, bem como soubermos aplicar esse conhecimento em favor de nós e de nossos semelhantes. As fases a que você se referem são, assim, simplesmente estágios da existência humana que devem ser compreendidos plenamente dentro de uma visão do mundo (o que inclui todo o Universo) e não "ritualizados".
O nascimento é o regresso da alma à vida corporal, regresso esse que não é único mas apenas um entre muitos já ocorridos e que estão para ocorrer.
A morte é o regresso dessa mesma alma à vida espiritual, fenômeno igualmente comum na vida maior do Espírito.
A puberdade é entendida dentro do conhecimento fisiológico atual, bem como uma fase de amadurecimento do ser recém encarnado e vivendo seus primeiros estágios de adaptação à difícil realidade do mundo.
O casamento de forma alguma constitui uma instituição dentro da prática espírita. Trata-se apenas da união, segundo as consciências de cada um, de dois seres que se reconheçam como devendo mútuas responsabilidades por se amarem. Essa união, também, de maneira alguma deve ser obrigatória já que a liberdade de consciência é um princípio fundamental, e ninguém deve tê-la violada em nome de qualquer outra idéia secundária.
A oração é uma prática saudável de relacionamento da criatura (que já dispõe de semelhante conhecimento para tal) com seu criador e com outros seres (os Espíritos), mais próximos, visando o equilíbrio do corpo espiritual que é fundamental para o equilíbrio e sucesso da vida do ser. Esse equilíbrio é conseguido não somente pela prece mas igualmente pelo ajuste das atividades do indivíduo segundo as práticas do bem.
Não existe nenhuma fórmula explícita para a oração, nem número ou extensão, mas tem como quesito fundamental que seja praticada com o coração acima de tudo. Isto quer dizer que o indivíduo deve estar consciente de suas responsabilidades perante as faltas que houver cometido contra os outros (se as tiver) antes de procurar qualquer ajuda divina.
Não existe, também, "troca de favores" entre os homens e os Espíritos ou Deus. Os que assim pensam agir estão mal informados a respeito da verdadeira relação que deve existir entre os homens, Deus e os espíritos.
Finalmente, para dizer alguma coisa sobre a "libertação" vou fazer uma interpretação pessoal dessa palavra. Libertar significa restituir a liberdade aquele que se lhe foi subtraída. Se tratamos aqui da liberdade do ser, esta se encontra em sua liberdade de ir e vir, pensar e agir. Essa liberdade implica em certas Responsabilidades, já que ela tem um limite traçado no lugar onde começa a liberdade alheia.
O ser (ou Espírito) adquire liberdade a medida que ele evolui. Coincidentemente, ele também adquire felicidade. A evolução espiritual da criatura é, assim, sinônimo desse ganho de liberdade. O Espiritismo prescreve que isso é conseguido tão só (como disse) pelo ajuste dos atos da criatura à regras do bem, da ética e da felicidade dos semelhantes.
Toda moral espírita resume-se, portanto, àquela prescrita por Jesus em seus evangelhos e que foram resumidas pela regra áurea de "não fazer aos outros aquilo que se não gostaria fosse feito a si mesmo" acrescida do "amar aos outros como assim mesmo". Por "outros" ou "próximos" o Espiritismo entende todas as criaturas que estão próximas, ou seja, em contato com o ser (e não aquelas que lhe são caras).
Como Jesus ainda tenha acrescentado o "assim como eu vos amei", a prática desse amor tem como modelo o próprio Jesus.
O ponto fundamental da regra áurea trazido por Jesus está na misericórdia que deve guiar os atos do indivíduo, princípio enunciado no "amar aos seus inimigos", de ainda muito difícil aceitação na atualidade. Finalmente o Espiritismo entende que essa "libertação" espiritual se estende a todos os indivíduos na Terra, não há condição para que eles pertençam a essa ou aquela denominação religiosa (nem mesmo ao próprio Espiritismo).

Ademir Luiz Xavier Junior

Atividades Comemorativas

As polêmicas envolvendo o Espiritismo

Wellington Balbo – Bauru - SP

Na última semana foram duas polêmicas envolvendo o Espiritismo. A primeira com os jogadores do Santos Futebol Clube que se recusaram a entrar em instituição espírita para distribuição de ovos de páscoa. Os atletas merecidamente foram criticados pela opinião pública. Sem querer fizeram o espiritismo entrar na mídia esportiva. Foram debates acalorados em diversos programas e até rasgados elogios do comentarista Neto, da TV Bandeirantes, ao nosso querido Chico Xavier.

Como pode perceber o caro leitor, o feitiço virou contra o feiticeiro. A segunda e mais recente polêmica refere-se a ingênua reportagem da revista SUPERINTERESSANTE tentando desmerecer a figura notável de Chico Xavier. Obviamente não obtiveram êxito. A vida de Chico é um hino à verdade. Sem contar que o médium mineiro é cidadão do mundo, amado pelas pessoas independentemente de religião. Prova disso é o sucesso do filme sobre a sua vida que vem lotando os cinemas do Brasil. Chico é muito maior que essas querelas. Constatamos que o editor e a jornalista da SUPERINTERESSANTE foram muito inocentes na elaboração da matéria. Não pesquisaram e expuseram-se ao ridículo.

Sempre digo aos alunos: Vai estudar, menino! Vai estudar pra não falar besteira! Os responsáveis pela revista falaram muita besteira.

Aconselho-os: Vão estudar, vão estudar pra não escrever besteiras!

Os espíritas naturalmente mostraram indignação diante de tamanhas abobrinhas. Richard Simonetti, um dos grandes pensadores espíritas da atualidade, tratou de jogar luz no assunto e elaborou esclarecedora carta ao editor da revista. A manifestação do escritor bauruense está “voando baixo” pela internet. Alamar Régis e outros espíritas também manifestaram a opinião de forma contundente contra a reportagem.

Excelente essas manifestações, pois vemos a Doutrina Espírita recebendo atenção. Certamente inúmeras pessoas irão ler sobre as polêmicas e buscar verificar quem está com a razão. Quem sabe surgirão mais estudiosos das leis da vida tão bem explicadas pela espiritualidade.

A propósito, lembro-me de um comentário de Kardec que consta na obra Viagem Espírita em 1862. Narra o codificador que um pregador aventurou-se na tribuna e sem piedade levantou vozes contra o espiritismo. Pregava entusiasmado: Espiritismo é coisa do demônio! Doutrina anticristã!

No entanto, a platéia que o escutava jamais ouvira falar de Doutrina Espírita. O desavisado pregador atiçou a curiosidade das pessoas presentes na platéia para conhecer o tal de Espiritismo. Conta Kardec que algum tempo depois naquele local nascia um grupo de estudos para conhecer a Doutrina Espírita que fora tão mal apresentada pelo orador.

As críticas infundadas e os absurdos que atualmente algumas pessoas cometem contra o Espiritismo irão alçá-lo cada vez mais ao patamar de destaque que merece, porquanto os críticos serão combatidos e surpreendidos em suas incoerências por estudiosos da doutrina codificada por Allan Kardec que, diga-se de passagem, jamais se calarão ante asneiras proferidas por palpiteiros de plantão.

Os atletas do Santos e jornalistas da SUPERINTERESSANTE obviamente não sabem que em sua ignorância, à semelhança daquele pregador desinformado, abriram mais janelas para a penetração das idéias que tentaram combater. Pela excelência de seus princípios o Espiritismo entrará por essas brechas abertas pelos desavisados, quer eles queiram ou não.

Fonte:www.garanhunsespirita.com.br

NOTA DE GARANHUNS ESPÍRITA: Reputamos de grande importância o artigo enviado por Sônia

A Propósito das Homenagens a Chico Xavier

por Cláudio Luciano

Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.” (01)

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (02)

Muito se tem falado e escrito sobre as homenagens pelo centenário do nascimento de Francisco Cândido Xavier: são artigos, palestras, filmes, eventos dos mais diversos e em diversas partes do nosso país, quiçá do planeta. Alguns defendem ardorosamente e outros a combatem como a uma praga.

Acho que o amigo leitor já deve ter percebido, pelas citações acima, a tendência que seguirá este modesto artigo: sou a favor!

Vemos todos os dias, a criatura humana homenagear pessoas, encarnadas ou desencarnadas, algumas notoriamente equivocadas em sua conduta. Vemos criminosos serem admirados por seus feitos, como se fossem heróis, Hobins Hoods modernos.

Lembro bem que, há alguns anos, propuseram a construção de uma estátua para Lampião, o Rei do Cangaço e foi a maior confusão, principalmente, porque um dos soldados que participou da morte de Lampião ainda estava vivo (se ainda está, não sei) e criticou duramente a idéia: homenagear um assassino!

Muito se tem dito que Chico “deve estar sofrendo com isso” — será mesmo? Alguém já recebeu mensagens dele, dele mesmo (03), destaco, afirmando isso? Todos nós sabemos que o Chico era e é muito humilde, mas isso não invalida a lembrança dos seus feitos. Muito pelo contrário, vem reforçar a necessidade de divulgá-los para todo o mundo.

Ora, é bastante curioso que vivemos reclamando que ninguém faz o bem, que só os maus conseguem vitórias. A mídia, principalmente, adora divulgar tudo o que não presta em nosso mundo e quando surge a oportunidade de divulgar a vida e a obra de alguém que fez e faz realmente a diferença, surgem críticas de todos os lados?

Terá Chico passado procuração para as pessoas falarem em nome dele dizendo que não queria homenagens?

Quando encarnado, ele recebeu várias homenagens e não foi grosso com ninguém. Soube ser humilde! O único cuidado que é preciso ter é com o endeusamento ao médium. Isso deve passar longe de nossas mentes. Se fosse católico, já teria sido canonizado como o segundo santo brasileiro, e como até os Espíritas têm essa mania de endeusar médiuns, é preciso muito cuidado.

Homenagear Chico é mostrar ao mundo que existem pessoas boas que fazem o Bem conforme os preceitos do Evangelho.

Homenagear Chico é mostrar ao mundo um corajoso e valoroso médium Espírita que o mundo conheceu; que soube caminhar por entre pedras e espinhos, entre pessoas de diversas classes, que não criticou a crença de ninguém e que, nem mesmo desencarnado, deixa de ser alvo de críticas e o pior, dos próprios Espíritas!

O único senão, com o qual concordamos, é o custo dos eventos: têm de ser barateados, caso contrário estaremos elitizando o Movimento Espírita. Não é preciso realizar congressos em locais caríssimos sob o pretexto de conforto. Eventos Espíritas tem de ser abertos ao público de todas as classes e ponto final.

Fizeram um filme sobre Chico? Que bom! Deveriam fazer uns dez ou mais! Ora, esta! Corremos ao cinema para assistir filmes de monstros, guerras, vampiros, paixões de Cristo e não podemos ter um filme Espírita, por conta da humildade de Chico? Todo ano, no mês de abril deveríamos comemorar o nascimento de Chico, para que ninguém esqueça da sua história.

Quem não se lembra quando Fernando Collor de Melo o visitou? Teve gente criticando o Chico por isso. Ainda mais essa! Quando artistas famosos o visitavam? Tinha gente falando mal do Chico.

Se Chico tivesse sido um criminoso famoso, já teria vários filmes, peças, livros e por ai vai.

Vamos sim, prestar homenagens ao Chico, um legítimo apóstolo de Jesus para que a luz dele brilhe, como determinou Jesus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”

A humildade é um anjo mudo, afirma André Luiz e o Chico sempre foi mudo, sempre foi esse anjo!

Agora, será que deveríamos deixar em branco a lembrança de Chico somente porque ele é humilde de coração? Então vamos esquecer também de Kardec, chamado por Flamarion de “o bom senso encarnado” e não nos preocuparmos com a história do Espiritismo no Brasil e no mundo, até que um dia alguém pergunte: quem foi esse tal de Chico? Nunca ouvi falar! Vamos esquecer Bezerra, Yvonne Pereira e tantos outros legítimos seguidores do Cristo de Deus?

Ou será que preferimos os heróis que morreram de overdose?